quinta-feira, 28 de maio de 2009

A DR vale a pena...

Não são só casais de namorado que têm DRs (pra quem ainda não aterrisou em 2007: DR é a sigla para Discussão de Relacionamento).
É importante – talvez mais ainda – ter DRs com amigos e amigas. A gente tende a santificar muito as amizades, e a encará-las de um jeito meio “poliana”, tratando o amigo como aquele que entende a gente por completo, e que só tem sentimentos positivos por nós. Não se espera que um amigo sinta inveja ou critique a gente pelas costas.
É exigir muito de um ser humano, não?! Amigos também têm seus defeitos, suas questões mal resolvidas.
Quanto mais amigo, mais sentimentos misturados rondandando a relação.
Demorei um tempo para perceber isso.
Mas é assim.
Há muito espaço para mal entendidos, ressentimentos guardados, mágoas represadas.
Da sua parte e da dele, não se autoengane.
Há, sim, que se pensar duas vezes antes de contar TUUUUUDO da sua vida para um amigo/a. Não por desconfiança, mas por sensibilidade. Antes de sair divulgando o quanto você está empolgada com um novo caso, pare e reflita: em que momento meu amigo está? Ele está feliz, namorando? Ou triste e carente?
Se for a segunda opção, melhor baixar um pouco a sua bola, não demonstrar tanto entusiasmo. Claro, um lado dele ficará feliz por você.
Mas outro, ficará triste por ele próprio. É preciso ter cautela com o excesso de intimidade. Amizade também tem limite.
E – não se iluda – se precisar ele/a pode usar tudo o que sabe contra você (seja para jogar na sua cara numa hora de raiva, ou para queimar o seu filme num momento de rancor).
Não dá para ligar às 3h da manhã todo dia e acordá-lo/a só para dizer que você está com saudade do seu ex-namorado.
Não dá para você chegar na casa dele/a sem nem ligar antes. Muitas vezes o amigo sente-se invadido e cansa de você. Sim, a gente também enjôa de amigo. Mas calma, pode ser só uma fase. E, assim como namoros, amizades também podem acabar.
Ilusão pensar que amizade de verdade não acaba nunca.
Muitas vezes, a amizade foi verdadeira, mas de repente, perdeu a graça, vocês perderam a afinidade, não estão no mesmo momento.
Ou um dos dois se apaixona pelo outro e aí, já era. O sentimento muda e vira outra coisa, mas não amizade. No pior das hipóteses, amizade pode acabar porque um se decepcionou com o outro.
A decepção pode vir justamente porque você idealizou demais seu amigo, ou porque não teve tolerância com um erro dele. E ainda simplesmente porque ambos têm um entendimento diferente dos princípios de uma amizade.
Eu já vivi tudo isso: tive amigos maravilhosos que se foram porque perdemos a afinidade. Tive amigos do peito que se apaixonaram por mim e, como a recíproca não era verdadeira, se afastaram.
E tive amigos por quem me apaixonei, misturei as bolas, comecei a ficar com ciúmes das histórias dele, e aí, não deu mais. E tive um amigo com quem me decepcionei.
Às vezes dói, às vezes passa naturalmente. Mas, enquanto rola o sentimento puro da amizade, converse.
Sem caras feias, sem emburrações, pegando leve (porque ele e você merecem).
A DR vale a pena.

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